Para
começar, Sayeg (2001) começa por reflectir que a escrita é uma tecnologia, que
teve grande impacto nas formas de organização social, bem como na capacidade
que conferiu às pessoas para organizar o pensamento, inclusive o pensamento a
respeito dos sentimentos.
Ao
contrário do tradicional diário, que não tinha como intenção ser público, o diário
online é paradoxal, porque envolve a introspecção realizada num ambiente
totalmente escancarado, público, que é a Internet. A escrita sempre foi uma
atividade mais ou menos solitária. Ao escrever e imediatamente colocar sua
página online, a passagem do privado ao público não é imediatamente evidente.
Pode dar uma ilusão de segurança e privacidade, ao mesmo tempo em que está
escancaradamente colocada num ambiente público. Essa ilusão talvez seja também
propiciada pelo fato de que a maioria das pessoas acessa a Internet a partir de
seu ambiente privado em casa. A Internet cria um espaço público que não é necessariamente
sentido como tal.
Espaço:
o termo espaço sinaliza a mudança do computador "ferramenta" para o
computador "meio", tanto meio
de comunicação e expressão quanto meio ambiente, palco, espaço para a vivência
dramática: vivência de emoções e de personagens que projetamos nesse meio.
O
espaço conceitual do livro é o de um argumento amarrado com começo, meio e
fim.
O espaço conceitual do computador é o da deriva e simultaneidade de pontos de
vista possibilitada pelo hipertexto, pelo modelo da rede.
Ou seja, a pessoa pode
expressar-se de formas múltiplas no cyberespaço, ou pode criar personagens, torna-se
ela mesma um personagem.
“O real não depende de nós, o virtual depende de nós.”
Virtualidade: Qualidade de entidade que denota seu grau de extrapolação do concreto; ou
grau de rompimento com as formas tradicionais de ser e acontecer. Usualmente
associada às extensões tecnológicas.
Virtual: Mediado ou
potencializado pela tecnologia; produto da externalização de construções
mentais em espaços de interação cibernéticos.